quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Rematch, meu querido!

Já perdi as contas de quantas vezes contei essa história... mas agora vou eternizar aqui e quando alguém me perguntar, só passo o link! hehe ;p

Bom, como disse no post anterior, logo de cara, não gostei da host family. No exato momento em que pisei naquela casa, pensei: "Que que eu to fazendo aqui?????" E foi esse o meu pensamento por todo o tempo que estive lá. Absolutamente nada do que eu esperava correspondia à realidade. Que triste, meu... O background é o seguinte: Eu seria a primeira au pair. A vó sempre cuidou das kids (a host tinha falado que apenas que as kids estavam acostumadas a outras pessoas cuidarem delas), o pai é bombeiro e tinha um schedule bem flexível mas iria pro Afeganistão com os militares no fim de setembro e ficaria lá de 4 a 6 meses, por isso ela precisaria muito de alguém pra cuidar das crianças enquanto ela trabalhasse, já que eles iriam mudar para uma cidade mais longe da avó. Como eu trabalharia muito durante a semana, meus weekends seriam sempre off. Ok, agora senta que lá vem a história...


A host me buscou no hotel na quinta-feira e me levou para a casa da mãe dela, onde estavam as crianças. Ficamos o dia inteiro lá, só saímos um pouquinho pra dar uma volta com as kids... conversamos um pouco, conheci os avós e mais umas pessoas da família. Comemos pizza e fomos embora quase 11h da noite. (Belo horário pra criança ir pra cama, não?) Chegando em casa, tive aquela decepção... um apartamento pequeno, sujo, bagunçado... aí a menina correu e pegou uma boneca que tocava uma música... nossa, aquela música virou um trauma pra mim! Sempre que ouvia, me vinha o flashback desse momento em que  imaginei o inferno que seria meu ano ali! A host me mostrou o meu quarto, que era pequeno obviamente, com 1 cama de casal e 2 cômodas cheias de roupas das kids, mais umas caixas de sapato empilhadas num canto. Ou seja, tudo improvisado. A roupa de cama era velha, toda rasgada... senti um imenso asco de deitar ali, mas era o jeito. Claro que a primeira coisa que fiz assim que fiquei sozinha foi chorar! Isso que já tinha chorado um pouco quando falei com a família, namorado e amiga no skype na casa da vó... o que me deixou mais chateada nisso tudo foi o descaso deles, sabe? Não prepararam absolutamente nada para a minha chegada... eu era a primeira au pair e caí de para-quedas num trem andando todo capenga já. Isso que tinha sido meu aniversário 1 semana antes e a host disse que iríramos comemorar quando eu chegasse lá. Aham! Você comemorou? Assim comemorou ela. Isso que ferra... a mulher fala as coisas da boca pra fora, então vc inevitavelmente cria expectativas e depois se frustra. Bem bacana... só que não!

Ela tinha dito que eu podia dormir o quanto quisesse, que no outro dia iríamos ao mercado comprar comida e o que mais eu precisasse, e depois ela tinha um casamento, então eu ficaria na casa da avó com a menina. Acordei às 10h, com ela entrando no "meu" quarto pra pegar roupa para as crianças. Cara, que merda é essa??? Como ela entra no meu quarto sem bater? Aposto que era pra ver se eu acordava... ridículo. Aí mal levantei, ela já foi pegando as coisas para sair... o pai tinha chegado em casa de manhã e saído com o menino para pegar a roupa pro casamento (ele é bombeiro, então estava de plantão no dia anterior e eu só fui conhecê-lo no domingo O.O). Fomos ao mercado, depois pra casa da vó. Fiquei lá o dia inteiro até que na janta, tive uma grata surpresa: a vó liga pra host perguntando até que horas eu deveria ficar on duty! WHAT??? Eu tinha acabado de chegar, como assim eu teria um horário a cumprir? Nem sequer estava recebendo por aquilo... aí a host disse 8h e a vó me falou q a esse horário eu poderia ficar off com um sorrisinho de quem estava me dando uma boa notícia! Não discuti, pq afinal não era com a vó que eu deveria tratar disso, mas sim com a inútil da host né...

No dia seguinte, acordei às 8h, como a vó tinha pedido, e esperei a host chegar... aí ficamos por ali e depois fomos pra casa. Aí a host me disse que queria que eu fosse com eles no domingo pra ver a nova casa e, enquanto ela ajudava a fazer o que tinha a ser feito lá, eu cuidaria das crianças como se não tivesse ninguém por perto. Ok... claro que foi um desastre... eu estava me sentindo péssima, não tinha tido um tempo de me entrosar com as crianças e já estava sob teste! Conversei com a host sobre a questão de trabalhar no fim de semana, pq tínhamos combinado que meus weekends seriam sempre off e isso era importante pra mim. Ela só sorriu e falou que tudo bem, era só naquele weekend mesmo. À noite, enquanto tomava banho, decidi que iria precisar dar a volta por cima disso e aguentar a situação até irmos para a casa nova e começarem as aulas, pois as coisas poderiam melhorar! Saí do banho e fui conversar com a host... disse que sabia que as coisas não estavam parecendo muito boas, que eu estava meio perdida, mas faria o meu melhor naquela semana e blá blá blá... aí ela falou que estava muito decepcionada, que eu não demonstrei estar empolgada, que não estava sendo calorosa com as crianças e que ela já tinha enviado um e-mail para a LCC perguntando como funcionava o rematch porque ela achava que eu não daria certo lá! Aí vem a pergunta que não quer calar: por que diabos ela não falou isso pra mim antes??? Por que fica dando sorrisinho ao invés de jogar a real??

Enfim, A LCC falou pra ela que eu estava ali há apenas 3 dias, que ela deveria me dar pelo menos 1 mês. Aí ela foi jantar com as crianças na casa dos pais e eu fiquei em casa. Decidi dar os presentes que tinha trazido do Brasil. Não tinha dado ainda pq estava esperando reunir a família toda... como não tinha ideia de quando isso ia acontecer, resolvi dar naquele momento e começar a semana do zero. Aí foi isso, dei os presentes quando eles voltaram, escrevi uma carta pra ela falando sobre o que eu tinha refletido e começamos a semana. No fim dessa semana, ela disse estar um pouco mais satisfeita... tivemos a reunião com a LCC e pareceu que as coisas iriam andar. Só pareceu, pq na segunda semana vieram mais problemas. Por exemplo, um dia em que estava off no fim da tarde, ela me chamou para ir jantar na casa dos avós e eu aceitei, afinal estava cansada de só comer pizza. Lá, a menina ficou o tempo todo atormentando a mãe e eu fiz a minha parte, jantei, lavei meu prato e fiquei na minha, já que tinha um amiguinho do menino lá brincando com ele e os avós sempre me falavam pra relaxar enquanto estava off. Aí, ao chegar em casa, a mulher se virou no Jiraya e veio com os 2 pés no peito reclamar que eu não a ajudei durante o jantar com a menina... pq eu encaro aquilo só como um job, não tenho vontade de ajudá-la e ela precisa de alguém que verdadeiramente queira ajudar e blábláblá whiskas sachê... Esse dia foi péssimo demaisssssss! Aí no dia seguinte, a host senta para conversar comigo e finalmente me entregar as regrinhas dela por escrito. É quando ela me diz que pediu para a agência liberá-la para ir conversando com outras au pairs, pois, caso entrássemos em rematch, ela teria que ter alguém no gatilho.

Lá pro fim dessa semana tenebrosa, uma menina fez um post no grupo de Au Pair do Facebook oferecendo a família dela. Eles tinham fechado o match com uma menina da Costa Rica, mas o visto dela tinha sido negado e, como eles precisavam de outra menina com urgência, pediram  ajuda dela. Na hora que li isso, senti uma coisa inexplicável... pensei que essa poderia ser um opção pra mim, entrar em rematch logo e tentar ser feliz em outra família. Eu fiquei super interessada, pq ela disse que era uma HF muito boa e tal, então contei a minha situação pra ela e disse que provavelmente entraria em rematch. A menina falou sobre mim pra host e eu mandei um e-mail pra ela. A host (K.) respondeu no dia seguinte que eu deveria ver a questão do rematch com a minha LCC pois isso levava tempo, mas mandou a carta e as fotos deles anexa. Respondi agradecendo e dizendo que após o fim de semana teria uma resposta sobre o meu rematch.

No finde, saí pra espairecer com as amigas no sábado e no domingo fui com a host e as kids num parque de diversões. Fiquei grudada no menino o tempo todo pra ela não ter do que reclamar. Aí, na segunda, ela me mandou um email perguntando como eu estava me sentindo, o q estava achando, se sentia que realmente iria dar certo etc.. já estava tão de saco cheio desses emails e mensagens dela todo dia, que joguei a real pra ela. Falei que me sentia um pouco mal pq ela não confiava em mim, a mãe dela sempre estava por perto pra monitorar o meu trabalho, eu não tinha liberdade pra sair com as crianças sozinha, então ficava difícil entretê-los por 10h dentro do apartamento e tal. Aí ela disse que conversaríamos à noite. Chegada a hora da conversa, ela começou a me perguntar o que eu achava de rematch, disse que talvez eu poderia ter a experiência que procurava com outra família, que ela daria ótimas referências sobre mim, porque eu era uma pessoa ótima, mas ela estava com medo de eu não dar conta das expectativas dela. Então, eu respodi que me sentia perfeitamente capaz de fazer um bom trabalho com os filhos dela, mas precisaria de tempo para consolidar o relacionamento com as kids e na nova casa poderia me organizar melhor e teria mais recursos para passar o dia bem com eles, mas como ela não tinha tempo (como ela vivia dizendo), eu achava o rematch uma boa alternativa para ambas as partes. E foi assim!

Logo depois dessa conversinha, corri pro ipad e mandei um email pra K. (a nova host mom), perguntando se ela já tinha conseguido outra au pair e falando que entrei em rematch e gostaria muito de falar com a família dela, pois fiquei muito interessada no perfil deles. Disse que a razão do meu rematch foi um conflito de estilo de vida, mas que não tinha problemas pessoais com a família em que estava (até então, não tinha mesmo). Ela respondeu que não tinha fechado com ninguém ainda e quis marcar um skype pro dia seguinte. Iupiiiiiiiiii!!!!!! Passei os horários em que eu poderia falar e ela ficou de me ligar.

No dia seguinte, a host chata ligou pra LCC e informou o nosso desejo de rematch. A LCC me ligou pra confirmar e já liberou meu perfil. Ela apenas me perguntou se tinha preferência de lugar nos EUA, e de idade das crianças para me direcionar as famílias. Falei que não me importava com o local, mas gostaria de cuidar de babies ou kids maiores de 6. Perguntei se precisava mudar algo no meu application e se havia alguma nota com a razão do meu rematch lá. Ela me disse que não precisava alterar nada e que funcionava assim: ela mandaria um email para todas as LCCs informando a razão do meu rematch e solicitando que me indicassem para famílias dos clusters delas. Disse ela que falou coisas muito boas a meu respeito e que o motivo informado foi "conflito de personalidade e estilo de vida".

Pois bem, no mesmo dia em que entrei em rematch, fui indicada para umas 4 famílias. As LCCs respondiam para a minha LCC comigo na cópia falando como era a família e para eu esperar o contato. Fiz skype com a host K, por telefone e skype à noite. Enquanto isso, enchia a outra au pair de perguntas pelo face... A host me falou que conversaria com o marido e me falaria algo no dia seguinte. Então, naquela maravilhosa quarta-feira, ela me mandou um e-mail falando que eles gostariam de fechar o match comigo, só queriam minha resposta pra fazer isso. Nesse mesmo dia, tinha recebido uma ligação de outra HF de NY (pertinho da minha amiga Talita!) e tínhamos marcado um skype pra mais tarde. Aí enviei um email para a host K. dizendo que gostaria de fazer mais algumas perguntas antes de fechar e enviei todas as dúvidas que eu conseguia pensar no momento. À noite, fiz skype com a HF de NY... uns fofos, pareciam uma família muito boa, passaram o contato da última au pair e tb da au pair brasileira que tiveram para eu falar com elas, se quisesse. Recebi também a ligação de uma HF indiana, mas não gostei muito...

Na quinta-feira, vi o e-mail da host K. respondendo todas as minhas perguntas e estava tudo ótimo. Mas eu tinha que tomar logo uma decisão, pq ela precisava fechar logo o match. Que difícil! Gostei de ambas as famílias, mas considerei que a host K. precisava para uma data bem próxima, enquanto a de NY precisava para quase 1 mês depois. Além disso, essa family de NY estava conversando com outras au pairs, podia ser que nem quisesse fechar comigo... então decidi não trocar o certo pelo duvidoso e fechei com a família de VA. Recebi ainda uma ligação de uma família de Michigan nesse dia, ela ficou de me ligar mais tarde, mas nada... Respondi a host K. aceitando o match e liguei para a minha LCC. Aí ela perguntou se eu não achava muito precipitado e tal, que eu deveria conversar com mais famílias... mas aí a HF de VA já tinha fechado o match pelo site, então não dava pra voltar atrás.

Decidido o match, a família queria que eu fosse dia 18 de agosto pra lá, que é quando eles voltavam de viagem. Porém, conversando com a então au pair atual deles, a Taís, comentei que gostaria de ir um pouco antes para não passar do prazo de 2 semanas na casa daquela HF que eu estava, pois, apesar da host ter dito que eu poderia ficar o quanto fosse preciso, não queria passar do prazo e ficar lá de favor mesmo. Aí ela falou com a host K. e eles me deram a opção de ir antes, porém eu ficaria sozinha na casa ou então se fosse no dia 14, a Taís já teria voltado da viagem dela e poderia me receber. Combinamos dia 14, uma terça-feira, que era quando o prazo do meu rematch vencia oficialmente também. Tudo certo, passagem comprada e contagem regressiva pra sair daquele inferninho de plástico... hahaha. Contei pra ex-host que tinha conseguido o match e iria embora dia 14 e ela falou novamente que eu poderia ficar mais se preciso, não tinha problema algum... ela também tinha fechado o novo match, mas a menina viria só no começo de setembro. Tenho dó dessa pessoa...

Na sexta-feira, fiz minha malinha de mão pra passar o weekend com meus amigos brasileiros que estavam de férias em NJ. Falei com a ex-host e ela disse q tudo bem, have fun etc. Eu achei sinceramente que ela fosse achar ótimo não me ter around no fds, mas não sei... só sei que fui de mala e cuia. Os queridos foram me buscar em casa e fomos pra diversão. Dormi na casa de uns amigos deles, conheci a família do Steven, que são pessoas maavilhosas! Os pais são brasileiros, mas moram nos EUA há muito tempo, tanto que os filhos são americanos, mas falam português em casa. Gente calorosa e bem educada! O fim de semana foi mara, até que chegou o fim do domingo e eu tive que puxar o carro... a mãe do Steven ainda falou que eu podia ir lá quando quisesse, se precisasse era só falar. Uma fofa!! No caminho pra casa, mandei um text pra host, falando que estava chegando e perguntado da chave (é, eu não tinha a chave da casa!). Ela respondeu que estava na caixa de correio. Ok then.  Cheguei em casa uma 8h30 e não tinha ninguém. Aí peguei o iPad do menino que eu sempre usava e que a host tinha dito que eu poderia usar quando quisesse, e fui ver meus emails, falar com o povo no skype etc. Vi um email da host falando para eu não chegar depois das 10h para não incomodá-los (Uiii!). Ainda bem que cheguei mais cedo... pelo menos disso ela não pode reclamar. Aí quando ela chegou, foi direto bater na minha porta. Perguntou se eu tinha pegado o iPad e eu disse que sim (óbvio, quem mais teria sido?). Aí deu a louca na mulher, ela falou super grossa que eu nunca deveria pegar nada dela sem pedir, pq ela não gostava disso e blábláblá e saiu andando sem nem ouvir o que eu ia dizer... legal, legal!

Fui pro meu quarto, já imaginando o terror que seria aquela semana... mas tudo bem, vamos temendo um dia de cada vez. Aí na segunda, estava lá pronta pra trabalhar no horário que ela tinha passado, fiquei entretendo a menina enquanto ela se arrumava pro trabalho, até que, na hora de sair, ela disse que levaria a menina pra casa da mãe dela e o menino já estava lá. Senti que algo estava errado, mas quem sou eu pra dizer qualquer coisa, né? Ajudei-a a colocar as coisas da kid no carro e perguntei sobre a chave. Ela disse que estava em cima da mesa. Quando entrei em casa, não tinha chave coisa nenhuma... aí mandei text pra ela avisando que não encontrei a chave. Afinal, não ia ficar em casa, então a porta ficaria aberta. Aí ela respondeu, grosseiramente como de costume, que tinha mais o que fazer do que se preocupar com a minha vida social, que não confiava em mim, que eu não deveria tocar em nada dela e me mandou deixar o ipad na mesa, usar o cel apenas para falar com ela e ir embora o quanto antes. Até parece, né! Liguei pra LCC na hora, contei o causo e até ela ficou abismada com essa atitude da host. Enfim, ela me perguntou se eu tinha onde ficar até a data de ir para a nova HF e eu disse que sim (lembrei das palavras da mãe do Steven...). Então, ela recomendou que eu arrumasse as minhas coisas e fosse embora naquele mesmo dia, pq aquela mulher estava agindo de forma muito estranha e não era seguro eu ficar lá. Me questionei se, caso eu não tivesse onde ficar, poderia ficar na casa da LCC... pelo jeito que ela falou, aposto que ela me deixaria na casa da host mesmo... tsc, tsc.

Arrumei minha mala, liguei pros meus amigos pedindo socorro e fui embora. Minha vontade era de falar um monte de merda pra host, mulher idiota, covarde... nunca falava nada na minha cara, só por e-mail e text. Mas o meu notebook estava para chegar naquela semana e eu de certa forma dependia dela para pegá-lo. Então, segurei a língua, ou melhor, os dedos, pq só trocamos e-mails... além do mais, não queria dar nenhuma margem para ela ter provas de que eu falei isso ou aquilo... mantive a compostura nos e-mails, ao contrário dela, que perdeu a linha totalmente.

Resumo da ópera: fui embora daquela casa, me sentindo mal porque afinal eu não merecia aquele tratamento, mas feliz e agradecida a Deus por tem um lugar para ir. No fim das contas, foi a melhor coisa que aconteceu, pq eu tive uma semana maravilhosa, gastei muito, passeei muito, extravasei toda a tensão... no próximo post, conto como foi. Consegui pegar o notebook no fim da semana, pois a megera levou pro trabalho e eu fui buscar lá... pq ela não queria que eu me aproximasse dos preciosos filhos dela... pelamor, né? Se achou a Angelina Jolie... coitada. Quando nos encontramos, ela simplesmente esticou a mão com a sacola, eu peguei e dei meu melhor sorriso pra mostrar como eu estava bem, e cada uma seguiu seu caminho sem trocar palavra. Não tenho nem como descrever meu alívio por me desvencilhar de vez daquela mulher. Desse momento em diante, foi vida nova!!!

Em breve, dou o ar da graça com os novos posts. Beijos!

See you, NY!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A vida de au pair como ela é

Galera, tô viva aindaaaaaaa!!!

Vim aqui falar um pouco (um muito, na verdade) sobre o que rolou nesses quase 3 meses de Estados Unidos... foi muuuuuita coisa mesmo!!

Vou começar falando sobre o treinamento... foi MARAVILHOSO. Assim em letras maiúsculas mesmo. Sempre vi muita menina reclamando que é puxado, chato e tal, mas eu achei super legal. O hotel é excelente. A única coisa chata é que os quartos são para 2 pessoas, então eles colocam uma caminha mequetrefe lá pra acomodar uma terceira pessoa... aí a gente faz um rodízio pra ninguém sair no preju de ficar na cama ruim todos os dias. Ou então, se vc tiver a sorte de dividir quarto com brasileiras legais, é melhor dividir a cama boa. Ou vc pode (assim como eu) dar a sorte de dividir quarto com uma alemã super boazinha (coisa rara) que não quer fazer rodízio e fica de boa na cama ruim! A comida às vezes é boa, às vezes sem graça... vai do gosto de cada um, mas nada comparado à comida brasileira. O horário das palestrinhas é bem rigoroso, atrasos não são tolerados sob nenhuma circunstância! O tour por NYC vale apenas por ser um passeio com todas aquelas meninas que vc talvez não veja de novo. Eu paguei, mas acho que não valeu a pena não... foi muito rápido, vc fica muito perdido, sem saber o que fazer com tão pouco tempo... se a host family pagar, ótimo, se não, não acho muito válido pagar não...

No intervalo das palestrinhas... que saudade!!

No bus indo pra NYC

Gatuxas em NYC

À espera da host family no lobby do hotel


Após o treinamento, temos o momento tão esperado: a chegada na Host Family! Bom, a chegada na minha HF foi a coisa mais morna, nada de especial... de cara, não gostei muito do clima, da dinâmica familiar. Passei o dia na casa da vó e fui pra casa só à noite. Não há palavras pra expressar minha decepção... começa que a casa da qual ela me falava, cujo endereço estava no application, não estava pronta ainda. Conclusão: ficaríamos no apartamento em que eles moravam perto da avó até podermos mudar pra casa nova. Mas o apartamento era minúsculo, "meu" quarto era atulhado de coisas das crianças, banheiro dividido e nojento, cachorro insuportável latindo o tempo todo, enfim... fui tentando levar, na primeira semana trabalhando achei até que poderia dar certo. No meio tempo, fui passeando po NY quando possível, pois a praga da host mom me colocava pra trabalhar sábado ou domingo para monitorar pessoalmente meu trabalho com as kids (uó). Esses únicos dias da semana em que eu saía, via outras pessoas, passeava por lugares lindos é que me faziam sentir que isso tudo estava valendo alguma coisa...

Com a Jéssica no Central Park

Com a Talitinha no restaurante brazuca em Mt. Vernon

Só essas meninas pra alegrar um pouquinho minha estadia naquela HF mesmo! Umas fofas. Mas, alegrias à parte, conforme os dias foram passando, as coisas na casa só foram piorando... a host mom cada vez mais insuportável, me sufocando com sua paranoia, eu cada vez mais de saco cheio e deprimida. Até que, em quase 3 semanas, isso tudo culminou em REMATCH! (Bendito seja!)

Mas as emoções não pararam por aí, não!!!! Antes de eu vir para a casa da nova família (sim! Com a graça de Deus, vim para outra família!), fui praticamente expulsa de casa por motivo que até agora me é desconhecido... demência daquela host mom insana. Em virtude disso, tive uma semaninha meio que de férias. Fiquei muito pobre, mas curti demaaaaaaaaais! Depois disso vim pra nova família, na qual estou muito bem obrigada há mais ou menos 1 mês e meio. Bom, acabo de me dar conta de que esse post vai ficar enorme se eu começar a contar tudo de uma vez... então, vou fazer outros 3 posts contando tudo sobre o rematch, as mini férias e a rotina aqui na nova família!

See you!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Presentes para a Host Family

Uma das coisas mais legais de se fazer no pós-match é comprar os presentes para a host family!! O ruim é que a gente acaba gastando uma grana preta, mas é muito legal! Eu, sendo a pessoa indecisa que sou, pensei, pensei, pensei até que comprei e no fim troquei quase tudo... hahahaha. Só eu mesmo pra dar uma dessas!

Enfim, como toda boa brasileira, comprei havaianas para todos! Como serei a primeira au pair, tive que pedir pra host me passar os números deles, estragando metade da surpresa =/. Na hora de fazer a conversão dos números, fiquei mega em dúvida, porque nas havainas aparece um número que não é o mesmo de outras marcas como Nike, Puma e Adidas. Todo mundo fala "Ah, mas é porque chinelo é um número maior mesmo...". Peraí manolos, eu calço 36/37 que corresponde a 7 ou 7,5 (nº da host) e uso havaianas 37/38 que está com numeração americana 6! O 7 feminino americano corresponde ao 39/40 brasileiro! Meu, eu não uso 39/40 nem fu....... Moral da história: fui no chutômetro! Comprei pra host conforme o meu nº, pro host e pro boy o número certo e pra girl um nº maior pq ela tá numa idade que cresce a todo minuto, então se ficar grande não tem problema!!

Saca só minha tabela de conversão:


Depois venho aqui contar se deu certo!! Por enquanto, olha que bonitinhas:


Além das havainas, comprei mais uma coisinha pra cada, porque criança pequena não quer ganhar sapato, quer brinquedo, né?? Então, vamos lá:

  • Host Mom: Creme Natura Eckos Castanha e uma pulseira de palha com pingente de menininha e menininho:


  • Host Dad: Difícil, hein? Ele é descendente de italianos, então pensei em dar um vinho brasileiro, mas é caro pra caramba!!! Caipirinha e talz seria uma opção, mas fiquei sem graça de perguntar se eles bebem esse tipo de coisa... vai que acham que eu sou uma alcoólatra, né? Optei por uma caneca I S2 SP, já que SP é a NY brasileira e eles adoram café...



  • Kid boy: Ele tem 4 anos e meio e adora trens! Os trens legais que encontrei aqui são importados e caríssimos... além disso, queria dar um jogo, algo mais educativo. Acabei comprando o jogo Tapa Certo da Turma da Mônica. A jogabilidade é simples e divertida... é só procurar a figura da carta e bater com a maozinha de plástico!


  • Kid girl: Ela tem 1 ano e 10 meses. Acabei comprando um jogo de quebra-cabeça progressivo da Turma da Mônica também. Aí, ela começa com um bem fácil de 4 peças. Quando conseguir montar sozinha, via pro de 6 e assim sucessivamente...
  •  

  • LCC: Comprei um colarzinho de palha na feira de malhas de São Paulo:


Para as kids, quero comprar também revistinha da Turma da Mônica ou Cocoricó para colorir. Estou levando também algumas coisinhas da Natura pra ir dando em outras ocasiões, tipo aqueles sabonetes e tal. Até aqui, gastei uma graninha razoável, viu... espero que eles gostem. Vou levar também alguns doces, como doce de leite, paçoca, sonho de valsa etc.

Depois conto se eles gostaram. Comentem o que vocês acharam!!

Beijo, tchau!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Stand-by

Nossa, meu blog tá tãããão abandonado! É que estou escrevendo também em um outro blog compartilhado com 2 meninas que vão pra NY na mesma data que eu (caso queiram conferir, é esse aqui ó: http://www.aupairsintheconcretejungle.blogspot.com.br/). E além disso tem todo aquele monte de coisas acontecendo, né... depois do visto, bate aquele saudosismo... aquela sensação de que são seus últimos momentos antes da viagem... Geez!

Este post é pra fazer um balanço de tudo aquilo que vou deixar em stand-by aqui no Brasil por um ano. Não é fácil não, minha gente...

Família: Será que a gente se acostuma a ficar sem? Acho que vou viver eternamente homesick! A ausência das pessoas que você tem certeza que gostam de vc deve ser difícil de aguentar. E junto com isso, acaba também toda aquela mordomia que é viver na casa dos pais...


Namorado: Que falta que vou sentir desse menino! Tudo que eu preciso, ele tá sempre pronto pra me ajudar... pessoa que mais resolve meus pepinos! Adoro as opiniões sensatas dele, as piadas, os abraços...


Amigos: Como vai ser duro não ter minhas girls pertinho pra fofocar e afogar as mágoas! Agora vai ser tudo à distância... sem cineminha, brigadeiro em casa, joguinhos nas Friday e Saturday nights, Applebee's nosso de cada semana, momentos patéticos da vida compartilhados... mas a gente continua firme e forte por e-mail, skype e seja lá o que for... sem contar que posso de repente receber uma visita lá na minha nova humilde residência a qualquer momento, né? Em agosto já verei caras conhecidas por lá...


Foto

Trabalho: Deixar a carreira em stand-by é uma das coisas mais difíceis... principalmente quando temos um emprego que gostamos, na nossa área e tal. Ontem foi meu último dia no trabalho e eu estou muito gaaaayy agora porque tive que me despedir das pessoas que costumava ver todos os dias, dos amigos que eu fiz lá... e pra melhorar, agora não tenho muito o que fazer, então definitivamente só penso na vidinha de au pair o tempo todo!!


Essas são as principais coisas, mas tem mto mais ainda... tem o nosso canto que fica aqui pegando pó até a gente voltar, aquelas coisitas que não podemos levar, a novela das 9 (sim, eu me rendi a esse prazer culpado), as ruas que andamos todos os dias, os lugares que frequentamos, os cheiros e sabores... é preciso muita força na peruca pra enfrentar esse desafio, hein?? Mas chega de telê-tê-tê e bora lá...

domingo, 13 de maio de 2012

O famigerado vídeo do application

Eis que você já está com tudo no jeito para entregar o seu app, mas falta o vídeo! Momento de mega tensão... na minha opinião, foi a parte mais difícil do app. Protelei, protelei, mas chegou uma hora que não deu mais. O famoso ou vai ou racha, sabe? Aí parei para fazer... e não é que foi menos difícil do que imaginei? Não foi fácil, com certeza, mas também não foi aquela coisa impossível... vou dar umas dicas do que acho legal para o vídeo e das coisas que levei em consideração quando fiz o meu:

Naturalidade

Tarefa difícil, uma vez que a regra nº 1 é sorrir sempre! Façam um exercício olhando no espelho, tentem esboçar um sorriso como uma extensão de algumas palavras... sorria principalmente em frases específicas, como quando você fala de crianças e da sua família.
Uma coisa MUITO importante aqui é a ENTONAÇÃO. Por mais que tenhamos que decorar o texto que vamos falar, temos que passar a impressão de que estamos falando aquilo de primeira, portanto é interessante que você treine falar soando bem natural... de repente você pode mudar uma palavra ou outra, ou quando esquecer algo, jogar um “you know”, “I mean” etc. porque essas expressões são marcadores do discurso mesmo, então você pode falar pra ganhar um tempo enquanto tenta lembrar de algo, mas, claro, a palavra de ordem aqui é MODERAÇÃO!! Fica muito irritante um vídeo cheio de maneirismos de fala... (no nosso caso é o “né”, né?).
Outra coisa que ajuda imensamente a fazer um vídeo com fala bem natural é desmembrá-lo em PEQUENOS TAKES. Fica muito mais fácil falar um trecho do que um discurso inteiro de 3minutos! O meu vídeo, por exemplo, foi gravado em uns 8 takes. Depois você vai ter um trabalhinho para juntar todos os takes, por isso indico que façam assim: em cada take, antes de começar a falar e antes de finalizar a gravação, deixem uma margem de alguns segundos com um sorriso leve no rosto. Assim, quando você juntar uma parte à outra, não ficam cortes tão abruptos... colocar fotos ou pequenos vídeos de vc dirigindo, com criança etc. é uma ótima forma de emendar um take no outro de forma suave.

Roteiro

É bom montar o roteiro do vídeo após escrever a carta, porque aí vc pode pegar os pontos mais importantes da carta, resumir e falar no vídeo. Quando você grava em takes, é bom vc já pensar em como vai juntá-los e o que vai usar para isso. Se forem fotos, então separem fotos condizentes com aquele trecho do texto. É muito importante que tentem decorar o texto e não leiam... sério, ler é terrível, tira muito a credibilidade. Façam quantos takes for preciso, mas não leiam!

Pronúncia

Gente, prestem bastante atenção à pronúncia das palavras. É claro que a família tem que entender que nós não somos fluentes e tal, mas às vezes estamos competindo com gente que tem inglês muito bom!! Então, antes de começar a gravar, façam um script daquilo que vcs querem dizer no vídeo e procurem a pronúncia de cada palavra. Para isso, existem dicionários monolíngues online (http://dictionary.cambridge.org/ ; http://www.merriam-webster.com/)e até mesmo o Google translator. Ouçam a pronúncia correta e imitem... coloquem a frase inteira no Google e vejam como as palavras são pronunciadas juntas e por aí vai. Um erro ou outro é normal, eu falei coisas erradas no meu vídeo aí e morro de vergonha, mas paciência. O importante é reduzirmos ao máximo a incidência desses errinhos.

Música

Você pode colocar ou não... normalmente, ajudam a dar uma dinamizada naquela coisa monótona que é um vídeo de uma pessoa falando sobre si mesma. A escolha da música deve ser feita com cuidado: de preferência uma música instrumental, ou se tiver a letra, que apareça somente em momentos em que não há fala. Se você optar por uma música em português, legal, mas se assegure de que a música não vai ficar irritante ou dar uma impressão ruim (como gemidos!?), pq a família não vai entender a letra, então é complicado.
No meu, usei uma versão instrumental da música “You’ve got a friend in me” (é, aquela do Toy Story), pq simplesmente amo essa música e esse desenho! Ai coloquei bem baixinho, quase inaudível, enquanto estou falando e aumentei só um pouquinho qdo aparecem só fotos (mas só um pouquinho mesmo, pq ninguém merece ter que ficar com o mouse na barra de volume pq toda hora o som aumenta e abaixa loucamente!!).

Fotos e vídeos

Muitos aconselham não colocar fotos, mas acho que tudo depende de como vc coloca as fotos. Se for dinâmico, com efeitos, acredito que só contribui. Pequenos vídeos dirigindo, cuidando de criança, cozinhando são aconselháveis, mas é muito difícil conseguir boas imagens! Eu bem que tentei, mas achei que ficou muito forçado, então deixei pra lá... aí vai de cada um, tentem fazer algo que as deixe, na medida do possível, confortáveis com o resultado.
Acho que isso é tudo que tenho a dizer sobre o vídeo... não sou boa de edição, foi meu super-namorado que editou pra mim, então não posso ajudar ninguém com isso... sorry, girls! Utilizamos o Camtasia, e é muito bom! Além disso, me foram muito úteis as dicas da Bia do blog Au Pair nos EUA (http://aupairnoseua.com.br/2011/02/dicas-para-o-video-da-application/).

Special thanks to: Victor (the boyfriend), Beatriz (a do blog aí de cima) e às amigas que me cederam seu precioso tempo e suas lindas crianças para eu fazer as fotos.

Segue o meu vídeo... que vergonha!! Vale dizer que, tudo isso que falei aí em cima foram coisas que eu tentei fazer, não significa que consegui... vejam aí e digam o que acharam!

Bjs



O temível V-DAY

Este post é sobre ele, que tira o sono de toda futura au pair: o abominável visto! Que medo que dá de não conseguir esse abençoado! Nossa senhora... imagina só? Depois de tudo o que passei, só me faltava ter esse infeliz do visto negado... aí eu morro de vez!
Calma, meninas!! Claro que sempre existe a chance de o visto ser negado, mas fazendo as coisas certinhas a gente reduz muito essa possibilidade. É fácil falar quando não se está mais na situação, né? Mas o objetivo aqui é tranquilizá-las um pouquinho só contando os meus preparativos e a minha experiência.
Já não bastava eu ser uma pessoa super insegura, daquelas que mesmo seguindo todos os passos certinhos, sempre acha que pode ter feito algo errado, peguei o período de transição do processo para obtenção do visto! Maravilha! Agendei o visto antes de 30/04 para o dia 11/05. Pensei cá comigo que seria tudo conforme o processo antigo, que estava explicadinho em tudo quanto é lugar, certo? Errado! Recebo logo depois um e-mail informando que o meu agendamento no CASV foi feito automaticamente e eu deveria comparecer lá um dia antes do V-Day no mesmo horário. Resultado: pânico total... Não tinha idéia do que levar nesse CASV, do que encontraria por lá etc. Então, agora vou falar um pouco sobre o que aconteceu comigo para que vcs possam juntar essas informações às de outras meninas e formar suas próprias colchas de retalhos.
Primeiro, vou falar os docs que levei e depois conto como foi no dia e tento reproduzir a entrevista.

Básicos requeridos:

  • Passaporte original;
  • Comprovante de envio do DS160;
  • Comprovante de agendamento no CASV e no Consulado;
  • Formulário DS2019*;
  • Taxa SEVIS*;
  • Carta da APIA**.
*Só foram pedidos no consulado.
** Não foi pedida em nenhum lugar.
IMPORTANTE: Teve um menino que não conseguiu fazer a entrevista no consulado porque ele estava apenas com o agendamento do CASV e não com o do Consulado. Achei uó ninguém no CASV ter informado o pobre coitado, mas enfim... Certifiquem-se de que estão em posse de ambos os agendamentos nos 2 lugares.

Pessoais e de membros da família:

  • RG original;
  • CPF original;
  • Certidão de nascimento original;
  • RG do pai e da mãe (cópias);
  • Última conta de telefone.

Para comprovar renda e posse de bens:

  • Carteira de trabalho original;
  • 3 últimos holerites originais;
  • Extrato bancário dos 3 últimos meses;
  • Última declaração de Imposto de Renda;
  • Carteira de trabalho original - pai;
  • 3 últimos holerites originais - pai;
  • Extrato bancário dos 3 últimos meses - pai;
  • Última declaração de Imposto de Renda - pai;
  • Cópia do documento do carro - pai.
Como eu era meu próprio sponsor, levei todos os meus docs, mas levei os do meu pai também para provar que tinha alguém pra me dar um help caso ficasse em apuros financeiramente.
Se tiver imóvel próprio, leve a escritura, assim como, se possuir qualquer outro bem, leve o documento que comprove.

Para comprovar vínculos:

  • Diploma da Graduação original;
  • Certificado de Conclusão da Graduação original;
  • Histórico Escolar da Graduação original;
  • Carta de referência assinada por uma professora da faculdade, declarando que eu tinha excelente desempenho acadêmico e que me apoia no meu objetivo de fazer mestrado;
  • Carta de referência de uma colega de trabalho declarando que a experiência no exterior é muito importante para a minha carreira;
  • Carta da Host Family puxando meu saco total.
Se você ainda não concluiu a faculdade, solicite uma declaração de que você cursou até o ano tal e foi aprovada para o ano seguinte, aí se o cônsul perguntar se vc estuda já fala logo que cursou tantos anos, mas trancou para ser au pair.

No CASV 

Fui de metrô. Encontrei a Jé (Jéssica Fávaro Risso do grupo Au Pair - APIA do Face) na estação Tamanduateí às 5h da manhã e fomos juntas. Descemos na estação Praça da Árvore, que é a mais próxima do CASV Vila Mariana. Andamos pra c****** e chegamos lá por volta de 6h15. Havia poucas pessoas lá e ficamos conversando, trocando informações até abrir o lugar bendito.
Enfim, às 7h, o CASV abriu e chamaram as pessoas dos horários de 7h às 7h30 para formar uma fila do lado oposto. Aí virou uma zona, um monte de gente foi se enfiando na frente... ah tá, fiquei p*** da vida e fui lá pro começo, atrás de um menino que de fato estava na minha frente (aquele que não pôde ser entrevistado no consulado por não estar com o comprovante). Um senhorinha veio me "avisar" que tinha uma fila e eu falei com todas as letras e a boa educação que meus pais me deram que eu estava atrás daquele rapazinho na fila original... Ela calou a boquinha pq sabia bem que ela é que estava dando de esperta...
Entrei, e lá na área externa mesmo solicitaram meus docs (comprovante de agendamento, comprovante do DS160 e passaporte). Mostrei, a mocinha grampeou e eu fui para a entrada. O moço passou o detector de metais pelo meu corpitcho e me liberou. Entrei numa filinha, a moça conferiu meus docs e me encaminhou para uma fila no balcão. Lá, a atendente pegou meus docs, perguntou se era primeiro visto e me encaminhou para o andar superior. Subi e lá tinha uma fila para os guichês. Fui direcionada ao guichê 14, onde o mocinho pegou meus docs, digitou, me perguntou meu nome completo e data de nascimento, digitou de novo, pediu para eu prender o cabelo, tirou uma foto (aí a foto estava saindo desfocada e ele teve que tirar várias, mas tudo bem) e tirou minhas digitais. Feito isso, carimbou meu papel de agendamento e me entregou dizendo que deveria comparecer ao consulado na data já agendada. Aí saí de lá e fiquei esperando a Jé, que estava agendada para 8h. Ela saiu rapidinho e conseguimos carona com a moça que conversamos na fila (Yes!).

No Consulado

Fui de carona com o pai da Jé (caroninha providencial essa, viu?). Nos encontramos na Goiás, em SCS, às 4h10 e fomos embora. Nos perdemos um pouco, eu não conseguia fazer o maldito GPS programar a rota, mas o pai da Jé foi pedindo informações e conseguiu chegar lá. Vimos que realmente fica +ou- perto da estação Morumbi de trem.
Chegamos por volta de 5h30 e não tinha ninguém! Logo chegou aquele mocinho que estava na minha frente no CASV e depois não conseguiu ser entrevistado no consulado. Ficamos lá um bom tempo, aí por volta das 7h o pessoal mal humorado do consulado mandou formar 2 filas: das 7h às 7h30 perto do portão e das 8h em diante ao lado, próximos ao fim da calçada (tchau Jé, de novo). Uma menina e a mãe que tínhamos conhecido no CASV se achegaram e ficaram no lugar da Jé, logo na minha frente (sortudas!).
Entrei, dei meu nome para o carinha que confere na relação de agendamentos, mostrei meus docs e ele colou um papel laranja. Aí, uma mulher mandou colocar todos os docs na pasta e tirar o casaco. Aí, entrei por uma portinha e tinha um equipamento igual ao de aeroporto: coloquei minha pastinha na esteira, passei naquele portal detector de metais, peguei minha pasta no fim da esteira e saí daquela salinha. Aí fui andando seguindo o fluxo até chegar num balcão, onde mostrei meus docs (passaporte, comprovante de agendamento, comprovante do DS160, DS2019 e SEVIS) e a mocinha me deu uma senha. Sentei no banquinho e minha senha logo foi chamada. Fui ao guichê indicado e um cara me perguntou meu nome (em português com o maior sotaque americano). Me entregou meus docs e me encaminhou para o guichê das digitais. Coloquei uma mão só e já fui mandada para a fila da entrevista.
Tinham só umas 3 pessoas na minha frente! Ai que medo! Aí quando a última pessoa da minha frente foi ser entrevistada (na verdade, era um casal), eu tive que ficar logo atrás deles... situação chata, pq vc consegue ouvir toda a entrevista das pessoas. Ok, o visto deles foi concedido e chegou a minha vez! Graças a Deus e a todos os santos (em especial Nossa Senhora Aparecida, minha querida, e Santa Rita de Cássia, querida da minha mãe), o cônsul foi gentil e educado. Segue o diálogo, +ou- pq não lembro direitinho:

Cônsul: Bom dia!
Pâmela: Bom dia! (com sorriso comedido)
C: Primeiro visto?
P: Sim.
(Ele começou a digitar e não parou mais.)
C: Já viajou para outro país?
P: Não.
C: Onde você vai ficar nos Estados Unidos?
P: Em Pearl River, Nova York.
C: Vai como turista?
P: Não, como au pair.
C: Ah, au pair... Do you speak English?
P: Yes.
C: Você trabalha?
P: Sim.
C: Onde?
P: Em um editora, como redatora.
C: Você estuda?
P: Não, me formei ano passado em Tradutor e Intérprete.
C: Qual faculdade?
P: Universidade São Judas Tadeu.
C: Você mora com quem?
P: Como? Não entendi...
C: Você mora com quem?
P: (Ai Jesus!!) Desculpa, não... ah sim, moro com meus pais e minha irmã.
C: O que os seus pais fazem?
P: Meu pai é supervisor de logística e almoxarifado e minha mãe é dona de casa.
C: Qual a renda mensal do seu pai?
P: Não lembro exatamente, mas é em torno de X reais. Quer que eu confira aqui na carteira?
C: Não precisa. Qual a sua renda?
P: Y reais.
C: Where have you learned English?
P: At college. (fiquei com preguiça de falar que fiz curso em escola de idiomas, depois aperfeiçoei na faculdade... tava louca pra acabar logo com aquilo! Não recomendo, ok?)
C: What have you studied?
P: (de novo??) Translation and Interpreting.
C: Just English or other languages too?
P: Only English.
C: So you had a lot of English classes, hã?
P: Yes, and Literature too.
C: Do you already have a family you'll stay with?
P: Yes.
C: What do they look like?
P: (Será que eu entendi a coisa certa???) They look really nice and have 2 children. We've been talking a lot by email and on skype.
C: Where will you live in United States?
P: Pearl River, New York.
C: Pearl River... I don't know this city. Where is it?
P: It's about 1 hour far from Manhattan.
C: Is it is around Long Island?
P: No, it's in Rockland County (pronunciado com t).
C: Ah... Rockland County (com o t pronunciado como r. Ok, minha pronúncia sucks, já sei). What do you intend to do when you come back to Brazil?
(Nisso, percebi que, em algum momento, ele já tinha colocado meus docs na caixinha. Yayyyy!)
P: I intend to apply to a master's program in Linguistics.
C: Where?
P: At Universidade de São Paulo or PUC. (só Deus sabe pq falei o nome todo de uma e a sigla da outra... tsc, tsc)
C: Quando você pretende retornar da sua viagem?
P: (Ai Deus, conto com o 13º mês ou não? Achei melhor não). Em 09 de julho de 2013, pois é um ano a partir de 09 de julho de 2012.
C: Esse tipo de visto só é válido por um ano, então será válido até maio de 2013. Mas acho que não vai ter problema, porque vai valer a data que a imigração colocar quando você entrar nos Estados Unidos. Seu visto foi concedido. Have a nice trip (e mais algumas coisas que, no auge da emoção, eu não prestei atenção).
P: Muito obrigada! Tenha um bom dia!
C: (Alguma resposta ao muito obrigada que eu também não prestei atenção...)

Foi isso gente!! Ele não pediu um documento sequer... tinha um português bom, o inglês não era difícil de entender... a panaquinha aqui é que estava mega nervosa!). Apesar de ter feito muitas perguntas, ele não me intimidou pois a postura e o tom de voz dele eram tranquilos, de quem está fazendo perguntas rotineiras mesmo. Ele digitou o tempo todo, olhou pra mim poucas vezes, só quando eu não entendi o que ele falou, quando fez o comentário sobre eu ter muitas aulas de inglês na facu e nas instruções finais.

Saí de lá anestesiada... na saída, vi a Jé lá na fila para entrar na salinha de aeroporto e fiz um sinal de joinha pra ela com um sorrisão no rosto. Fiquei lá fora esperando ela sair e ligando pra Deus e todo o mundo pra dar a notícia fantástica.

Agradecimentos especiais aos meus pais por madrugarem comigo, Jé pela companhia, pai da Jé pela carona, namorado, amigas e irmãs por suportarem a ansiedade da pessoa aqui...

Conselhos

  • Preencha o DS160 com cuidado e sem pressa;
  • Confira tudo o máximo de vezes que puder;
  • Se possível, agende para um horário cedinho. Eles sempre chamam em blocos de meia hora, então o primeiro bloco é toda a galera de 7h às 7h30 por ordem de chegada;
  • Leve todos os documentos possíveis e imagináveis e deixe-os bem organizados, de forma que quando forem pedidos, você não vai ficar que nem louca desmontando a pasta para encontrar o bendito;
  • Saia com bastante antecedência. Se vc acha que chega em 1 hora tranquilamente, considere que são 2 horas. É muito melhor ficar esperando lá do que correr o risco de chegar atrasada e perder a viagem;
  • Vista roupas e sapatos confortáveis, porém apresentáveis. Arrume o cabelo e use uma maquiagem bem light;
  • Pareça tranquila e confiante. Seja simpática, sorria sem ser espalhafatosa, fale somente o necessário e tenha firmeza naquilo que diz.


sábado, 12 de maio de 2012

O caminho das pedras – Parte 1

Meninas que querem ser au pairs: preparem-se, pois o processo é longo! Esse post aqui lista as etapas básicas que uma au pair passa até embarcar... são momentos marcados por dúvida, indecisão e acima de tudo ansiedade!!! Se vc está pensando em entrar nesse mundo aupairiano, saiba desde já que a espera será sua companheira constante (pelo menos até o embarque) e a ansiedade o sentimento que vai tomar conta do seu ser de todas as formas! Tocado o terror (rs), vamos ao assunto do post:


1. Decisão


Não sei vocês, mas pra mim demorou a ser tomada, viu?? Quando eu estava quase decidida a ir, acabava desistindo por alguma razão aleatória... as principais são: “Mas e meu namorado?”,“Mas e meu emprego?”; “Mas e minha família?”;“Mas e todas as regalias que tenho morando com papai e mamãe?” e por aí vai. O negócio é ponderar usando a razão: o que eu tenho aqui hoje vou ter quando voltar? Se não tiver, tenho como conseguir? O quão importante é essa experiência para mim? Qual a perspectiva que tenho de quando voltar e qual a perspectiva que tenho caso fique aqui? Qual delas é mais atraente??? É, minhas queridas, a decisão demora a ser tomada... mas quando ela vem forte, a gente sente... só au pair entende.


2. Escolha da agência


Ah é fácil, é só visitar as principais agências e ver qual oferece o melhor custo-benefício. Uma ova! São muitas variáveis! É inacreditável como a gente fica em dúvida sobre qual agência escolher... todas têm seus prós e contras... resumi nos tópicos a seguir a minha humilde opinião sobre cada uma das agências que visitei:

  • CI (Au Pair Care): Me pareceu desorganizada, a atendente deu informações desatualizadas com base na experiência que teve anos antes (Alô? Eu vou agora... do que me adianta saber como era o programa em 2007 ou sei lá quando?). O ponto positivo é que é a mais barata.

  • STB (Au Pair Care): Tem um preço intermediário, mas exigem que o curso seja relacionada a inglês. Não me inspirou tanta confiança, a atendente não foi lá muito convidativa...

  • Cultural Care (Cultural Care): Parece bem organizada, ouvi falar que é a agência que mais manda au pair pros EUA e o processo é bem rápido, pois é a mesma agência aqui e nos EUA. O ponto mega negativo é que vc só pode falar com 1 família por vez... não gostei disso a princípio, mas é relativo pq fechei meu match com a 1ª família que conversei.

  • Experimento (Au Pair In America): Me pareceu muito organizada. Fechei no escritório de Higienópolis pq é perto do meu trabalho e a minha agente lá (Camila Silva) é excelente, sempre me responde prontamente, tira todas as minhas dúvidas... Apesar de ser um pouco mais cara, ouvi dizer que é a agência mais criteriosa nos EUA e, por isso, as famílias em geral são de um nível melhor (não sei se é verdade). Estou lá e para mim está valendo a pena...

Na minha escolha de agência, priorizei a segurança que senti, a clareza das informações e a possibilidade de conversar com mais de 1 família ao mesmo tempo. Deixei o preço em segundo plano, apesar de doer no coração...


3. Application e testes


Essa é a etapa mais trabalhosa de todas. Os documentos que você precisa preencher e entregar e os testes aplicados variam de agência para agência, mas, basicamente, você terá que entregar 3 referências de caráter ou de experiência com crianças (pelo menos 1 de cada), 1 formulário assinado e carimbado por um médico com CRM, cópias autenticadas da CNH, passaporte e de um atestado de escolaridade e, por fim, um atestado de antecedentes criminais. Fora isso, tem um monte de informações para preencher no application online, fotos para adicionar, a bendita carta para a host family e o vídeo! O ápice do desespero na etapa de finalização do application é o vídeo... tanto que vou fazer um post só sobre ele depois.
O teste é aquilo, tem agência que faz antes da inscrição, agência que faz depois... no caso da Experimento, toda candidata tem que fazer um teste de Listening e Speaking chamado iTep. Além disso, na agência em que fui, tive que fazer um teste de umas 100 questões de gramática antes de efetuar minha inscrição para ver se meu inglês era suficiente. Meninas que foram em outros escritórios da Experimento não tiveram que fazer... mas é tranquilo.


4. Aceite


Após a correria que é pra entregar o app, vem uma etapa super morna que é a espera pelo aceite. Acho que só a Cultural Care não tem isso, as demais agências sim. Então, muita paciência!! O meu demorou em torno de 1 mês para sair e eu finalmente ficar online!


5. Contatos


É simples assim: um belo dia vc acorda e recebe a notícia de que foi aceita no programa e seu app está circulando entre as host families. Deus!!!! O marasmo dá lugar à ânsia de receber logo um contato... que pode ser super rápido ou demorar, it all depends!
Tive meu primeiro contato 5 dias após ficar on. Depois que entrou a primeira família, começaram a entrar outras e o negócio engrenou. Há casos em que o primeiro contato demora semanas e até meses... é difícil prever as causas para demora nos contatos... às vezes, alguma coisa no app não está legal, ou o resultado do teste de inglês não é muito alto, ou simplesmente não é uma época de grande procura por au pairs. Podem ser mil coisas, mas é muito importante caprichar bastante, fazer o máximo que puder para evitar uma espera muito grande.
Durante o tempo que fiquei online, tive 5 famílias passando pelo meu perfil, sendo que conversei mesmo com apenas 3 delas. Eles normalmente mandam um e-mail e logo já marcam skype. Algumas famílias ligam, mas acho que a maioria tenta o skype primeiro... e é bem melhor, muitas meninas recebem ligação e não conseguem entender porque a chamada está muito ruim. Então, preparem o skype e a webcam!!


6. Match


Depois de muitos e-mails trocados, skype e td o mais, vem aquele momento tão sonhado em que a família pergunta se vc quer “match” com eles. Sempre ouvi falar do feeling e morria de medo de não sentir isso ou não identificar quando estivesse sentindo. Mas após passar por essa experiência, posso dizer que sim, você realmente sente alguma coisa diferente quando conversa com a família que será a sua HF. O legal é que vc percebe que fica muito mais à vontade com eles do que com outras famílias e o melhor é que consegue perceber também o quanto eles estão interessados em vc. É um lance bem difícil de explicar, bem emocional mesmo. Claro que vc deve levar em consideração vários aspectos, mas o feeling é certamente o fator determinante para um match feliz!


7. Visto


A pior etapa com certeza!!! Após ter o match, você recebe em casa uma correspondência contendo informações e documentos necessários para o visto. Aí você agenda o visto, espera chegar a data e vai fazer essa bendita entrevista. É uma tortura!! A ansiedade aqui atinge o pico mais alto. Farei um post sobre o visto depois, com as perguntas que foram feitas e tudo mais.


8. Preparativos


Uma vez concedido o visto, você começa a ver que tem muita coisa pra fazer! Eu quis esperar ter a certeza do visto para então ir comprar malas, presente para a HF etc. No momento em que escrevo este post, acabo de entrar nessa etapa. Eba!


9. Embarque


Por fim, chega a data do embarque e aí é só correr para o abraço! Falta pouco menos de 2 meses para o meu embarque, então não tenho muito o que contribuir para isso. Quando tiver novidades sobre isso, posto aqui!
_____
Bom galera, é isso o que tenho a dizer por enquanto. Alguns assuntos são extensos, então farei um post especial só sobre eles (vídeo, visto etc.). Como fechei com a Experimento, não sei muito dos processos nas outras agências... vou fazer um post sobre como foi todo o meu processo na Experimento, aí quem for por essa agência já sabe o que vai encontrar pela frente.
Ah e claro, esse post chama-se Parte 1, porque tem o pós embarque, né? Em um determinado momento lá nos EUA vou escrever o Parte 2 e espero que seja cheio de coisas boas!!
Aquele beijo!